De Salto Alto

Lindos e admirados pela 'mulherada', os saltos altíssimos também podem ser vilões. Saiba como alongar os pés e variar o calçado, entre outras dicas



Lindos e venerados, os saltos altíssimos são o sonho de consumo de muitas mulheres. Há quem não vá à esquina se não for nas alturas. Mas esse excesso de vaidade pode não fazer muito bem para a saúde. Quatro centímetros é a altura máxima para um salto recomendado pelos médicos. Não chega a ser nada alto, na verdade é um tamanho médio. Para quem está acostumada a se equilibrar em cima de calçados altíssimos, respeitar essa medida não é muito fácil. 

Amado pela postura e charme que acrescenta a beleza feminina, o salto pode prejudicar os pés, a coluna e os joelhos de quem o usa. A alternativa apontada pelos especialistas é apostar em modelos variados: sandália, sapato aberto, fechado, baixo, médio, bico fino, plataforma, agulha entre outros.  

De acordo com o ortopedista especialista em pé, Marcelo Nogueira, o salto não deve ultrapassar os 4 cm porque quanto mais alto, maior a pressão na parte da frente do pé e possibilidade de lesão. "Quem está acostumado com salto muito alto tem um encurtamento do tendão de aquiles. Com o tempo, a pessoa sente dificuldade de usar salto baixo, porque estira e dói. Por isso, aconselhamos alternar os tipos e tamanhos de saltos", orienta. 

Adepta ao acessório, a universitária Alessandra Agrizzi, 22 anos, ultrapassa esse limite com frequência, mas alterna com rasteirinhas. "Costumo sair à noite de salto, mas, dependendo da festa, uso sandálias baixas. O único problema do salto é a dor na batata da perna no dia seguinte, mas na hora não sinto nada" conta.  

Segundo o especialista, a dor de Alessandra tem explicação. "Quem usa um sapato de salto alto por período prolongado, após uma noite intensa de rock, por exemplo, corre o risco de ter dor aguda e até uma fratura por estresse, que pode acontecer em vários ossos do pé e se dá após um esforço físico fora do comum", explica Nogueira.  

Veias 

O salto é classicamente conhecido como um dos fatores que altera a drenagem venosa. "Maior que 5cm altera a drenagem e o efeito hemodinâmico da batata da perna. No final de um período longo, a pessoa tem um inchaço, no pé ou no tornozelo. Mesmo que ela não perceba, leva a algum desconforto. Por isso, a pessoa chega no final da balada com a perna moída", avalia o médico cirurgião vascular Frederico Torezzanni. 

De acordo com ele, como o salto modifica a configuração da musculatura, isso acaba levando ao acúmulo de volume, que sobrecarrega o sistema nervoso. Em algumas pessoas pode facilitar o aumento da pressão dentro da veia e, progressivamente, o aparecimento das varizes.  

Postura 

Sabendo usar, é inegável a postura que o salto dá à mulher. "Para manter essa postura, a pessoa pode desenvolver lombalgia - aquele efeito de arrebitar o bumbum. Isso causa dor. A calosidade é outro problema comum, devido a combinação bico fino e salto alto", diz o ortopedista Marcelo Nogueira. 

Para o médico cirurgião vascular, o salto pode acentuar desvios de coluna que a pessoa tem, mas também não podemos colocar a culpa de tudo no salto alto. 

Na hora da compra

O ortopedista Marcelo Nogueira afirma que o melhor horário para comprar calçado é no final da tarde, porque os pés estão mais inchados. "Atenção ao calçado apertado, ele não fica confortável depois. Dependendo do tipo de pé da pessoa, é mais interessante usar uma plataforma. Ao escolher, é importante a pessoa analisar o tipo de pé, de calçado e de terreno em que irá usá-lo", destaca. 

Dicas 

Quando a dor apertar e o pé ficar inchado, o ortopedista indica uma compressa de gelo por 20 minutos, duas ou três vezes ao dia. O sinal de alarme para procurar um médico é o inchaço e a dor anormal por dois dias. Depois da festa, a pessoa pode usar uma meia elástica e evitar o salto, além de dormir bastante.  

Repouso

"É muito difícil, mas o ideal seria que, de uma em hora, a pessoa deitasse e levantasse os pés, para ajudar na drenagem, mas a gente sabe que isso não é fácil de realizar. Então, aconselho a sentar quando puder e mexer as pernas e os pés, pode ajudar", orienta o cirurgião. 



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